Um dedo de prosa sobre GC - Desatando o nó górdio - *Por Camila Pires

Se você se interessa por Gestão do Conhecimento (GC), mas não sabe muito bem do que se trata ou gostaria de se informar mais sobre o tema, mas ainda não se sente confortável para encarar os livros e artigos mais densos, sinta-se em casa. A convite da SBGC, estou inaugurando este espaço para trocarmos mensalmente um dedo de prosa sobre o assunto. Pegue um café, ajeite-se na cadeira e relaxe. Vamos desatar esse nó górdio. Aliás, para batizar o primeiro texto desta coluna, tomamos emprestada essa expressão de uma antiga lenda grega, que hoje, no nosso vocabulário, significa resolver um problema complexo de maneira simples e eficaz. Prometo que vou tentar.

O termo Gestão do Conhecimento ou, em inglês, Knowledge Management, costuma causar polêmica. Como é possível gerir o conhecimento das pessoas? Não vamos entrar nessas questões semânticas. O que importa é que as organizações, na chamada Era do Conhecimento, estão criando valor a partir da gestão de seus ativos intangíveis. Não estou falando somente do conhecimento que está “na cabeça” dos funcionários, mas também das marcas, patentes, documentos e, por que não, da capacidade que a empresa tem de inovar, de se relacionar com seus parceiros e clientes.

O Centro de Referência em Inteligência Empresarial (Crie), da Coppe/UFRJ, onde me formei especialista, criou um modelo que representa a gestão do conhecimento por meio de quatro capitais do conhecimento: o ambiental, o humano, o estrutural e o de relacionamento. Essa forma de abordagem facilita bastante nossa compreensão. Pense no seguinte: qual é o valor, digo, o diferencial de uma indústria inovadora? E o de uma empresa de consultoria? Mesmo que não esteja seguro da resposta, você deve perceber que são negócios bastante distintos. Além disso, deve imaginar que uma indústria que pretende ser inovadora deve ter tecnologia de ponta e uma empresa de consultoria, profissionais bem capacitados. Então, você já pode concluir que a indústria deve cuidar muito bem de seu capital estrutural e a consultoria, do humano.

Cabe a um profissional de GC fazer um diagnóstico, considerando as especificidades de cada organização, para elaborar uma estratégia adequada para a gestão eficaz de seus bens intangíveis. Existem inúmeras formas de fazer isso. Muitas práticas são amplamente utilizadas pelas empresas sem o “rótulo” de GC. O CRM (Costumer Relationship Management) é um exemplo de ferramenta comumente utilizada para relacionamento com o cliente. Ah, então ela deve ser mapeada como instrumento de gestão do capital de relacionamento da empresa, certo? Percebe que o conceito é mais simples do que pode parecer a princípio? A Gestão do Conhecimento é uma abordagem de gestão que foca os ativos intangíveis e se utiliza de ferramentas e práticas tradicionais ou específicas para atingir um objetivo central: gerar valor para as organizações.

Camila Pires é Coordenadora da área de Gestão do Conhecimento da MPX, associada da SBGC no qual também é integrante do Programa SBGC, para contatar Camila Pires camila.pires@mpx.com.br